Biografia do escultor Pedro Dantas Riso

Introdução | A Infância | A Dança | As Obras | O Legado

Introdução

Pedro Dantas Riso era um artista contemporâneo com intenso envolvimento no mundo do Ballet. Quando jovem teve a oportunidade de recorrer o mundo como bailarino, professor e diretor.

Desde criança Pedro desenvolvia belas artes com desenhos, pinturas e esculturas, mas foi a escultura que prevaleceu com obras compenetradas de paixão pela dança e as vivências do artista pelo mundo. Pedro homenageia bailarinos que fazem parte de sua vida, imortalizando-os com obras que levam os seus nomes.

"A minha vida hoje tem um sentido e um valor muito grande. Apesar de ser solitário, me cosidero uma pessoa feliz, porque quem ama a arte ama o mar e, quem ama o mar nunca está sozinho. As pessoas que não conhecem a arte, ainda não viveram. A arte revoluciona o ser humano; a arte é uma busca constante dentro de si.
Todos os momentos da minha vida foram ímpares. Todos foram maravilhosos!"

A Infância

Nasceu no ano de 1941 em Mirandela, uma vila criada por portugueses no interior do estado da Bahia.
Aprendeu com os avós a arte de esculpir, que naquela época trabalhavam com argila e madeira, criando as figuras para o presépio de Natal. Enquanto o seu pai trabalhava nas plantações de milho, Pedro Dantas cantarolava imitando cantores famosos e então começou a perceber seu dom artístico.

Por influência de sua Tia Joaninha, de quem recebia aulas, passou a admirar as estrelas e toda a órbita espacial, levando esta admiração para a dança, explorando o espaço e desafiando a força da gravidade.

Ainda criança, Pedro foi morar em São Paulo, onde sua vizinha, que era professora de Ballet, lhe mostrou o caminho para a dança.

A Dança

Logo em seus primeiros anos vivendo na cidade de São Paulo, Pedro conviveu com artistas e bailarinos, descobrindo em sua alma a paixão pela dança, se tornando um bailarino e tendo como seu primeiro palco o Teatro Municipal de São Paulo.

Na adolescência, em busca do aperfeiçoamento na dança, foi estudar na Escola de Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Frequentou várias escolas de grandes mestres da época como: Maria Olenewa, Tatiana Lescowa, Vaslav Velthek, entre outros. O convívio com bailarinos talentosos e experientes como Aldo Lotufo, Bertha Rosanova e Emilio Martins lhe valeram as mais preciosas lições, que o fizeram perceber o seu valor e talento como bailarino. Mais tarde decide partir para a Europa.

Em quase 20 anos que esteve fora do Brasil dançou em mais de 100 países, aprendeu vários idiomas e trabalhou em grandes companhias de ballet, como a Companhia de Carla Fracci, na Itália. Também trabalhou na Alemanha e na Grécia.

Durante a sua jornada como bailarino, quando sofria alguma lesão, aproveitava os períodos de repouso e dedicava-se as suas atividades de reflexão, que eram a pintura e a escultura.

Ao final da década de 70 retorna ao Brasil tendo como destino a cidade de Blumenau no estado de Santa Catarina, onde foi convidado pelo Sr. Ingo Heirng, a dirigir a Escola de Ballet do Teatro Carlos Gomes. Introduziu novos conceitos e sempre preocupado com a perfeição e a técnica da dança, formou grandes bailarinos. Encantava os alunos com suas aulas e nas apresentações da Companhia, com seus passos alongados, transmitia ao público uma grande sensação de liberdade.

Também ministrou aulas de ballet na cidade de Joinville, Santa Catarina, onde juntamente com a artista plástica Sra. Albertina Tuma e o professor Carlos Tafur, idealizaram o Festival de Dança de Joinville, que em 2005 foi citado no Livro dos Recordes, no capítulo Festivais e Tradições, como o maior do mundo.

Dançou profissionalmente até os 40 anos e se despediu dos palcos aos 58, em uma apresentação no Festival de Dança de Joinville.

As Obras

Visando o momento em que parasse de dançar, absorveu da dança, escultura e pintura o máximo de conhecimento para se tornar artista plástico. Sempre muito atento e com poder de observação minucioso, adquiriu perspicácia para desenvolver obras em bronze, resina e outros materiais, perenizando o movimento de virtuosos bailarinos. A primeira escultura que retrata o movimento de bailarinos foi esculpida em Roma, dedicada ao bailarino Rudolf Nureyev, feita em gesso.

Pedro adotou como temática principal das suas obras a paixão dos bailarinos, os passos e figuras sonhadas e a expressão corporal projetada ao espaço. Elas não tem apenas um ponto de observação, podem ser apreciadas de todos os ângulos. As obras conotam a paixão que o artista tinha pela astrologia, sugerindo movimentos a procura do espaço. Pedro homenageava bailarinos que fizeram parte de sua vida, imortalizando-os com obras que levam os seus nomes

O Legado

Pedro eternizou a sua arte com obras espalhadas pelo mundo, dentre elas, as obras de Carlos Gomes e do Índio Guaraní, expostas na praça do Teatro Carlos Gomes em Blumenau, Santa Catarina, Brasil.

Em 2011, foi nomeado Comendador da Dança, recebendo a Medalha do Mérito Cultural Cruz e Sousa pelos relevantes serviços prestados à cultura do estado de Santa Catarina.

Pedro dedicou com devoção seus últimos anos de vida à escultura. Com seu coração como fonte inesgotável de energia e inspiração, criou obras de infinita beleza, impregnadas de amor e drama. Pedro Dantas Riso morreu em 29 de janeiro de 2019 em Blumenau/SC, Brasil, aos 77 anos de idade. Com uma imensa vitalidade alimentada pelo amor à vida, à ciência e à arte, Pedro continuará vivo em cada uma das suas criações.